GANHO REAL NOS SALÁRIOS MOSTRA PODER DE MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES
31 de julho de 2024O ganho real nos salários mantém um estável predomínio nas negociações em 2024, demonstrando que a mobilização e a união dos trabalhadores, fortalecendo suas entidades representativas, são fundamentais na defesa dos nossos direitos e na construção de um acordo coletivo justo e digno. Em junho, seguindo a tendência dos meses anteriores, a maioria dos reajustes (87,8%) das negociações pesquisadas até 8 de julho teve ganhos reais, superando o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Reajustes iguais à inflação representaram 8,8%, e apenas 3,3% ficaram abaixo do índice inflacionário.
Esse resultado, embora ainda parcial, aponta para a sequência positiva que vem ocorrendo desde dezembro de 2023. Já são sete datas-base consecutivas em que mais de 80% das categorias alcançaram reajustes acima da inflação, quadro que contrasta com o registrado no segundo semestre de 2023, entre agosto e novembro. Os dados são do estudo do Dieese que analisa o resultado das negociações coletivas pelo Brasil.
Categorias com data-base em maio precisariam de reajuste de 3,23%, índice da inflação medida pelo INPC em 12 meses, para recompor o poder de compra dos salários. Para as categorias com data-base em junho, o valor do reajuste necessário será de 3,70%.
No acumulado do primeiro semestre de 2024, até a data-base de junho, 86,1% das 6.728 negociações coletivas analisadas resultaram em aumentos salariais acima do INPC. Outras 10,7% igualaram a inflação e apenas 3,2% ficaram abaixo do índice inflacionário. A variação real média (acima do INPC), no primeiro semestre é, no momento, de 1,59%.
Entre os setores econômicos, de janeiro a junho, segundo o levantamento do Dieese, as negociações na indústria e nos serviços tiveram desempenhos semelhantes, com ganhos reais em mais de 87% dos casos (87,6% nos serviços e 87,1% na indústria). O comércio, por sua vez, teve percentual menor (76,5%), com incidência maior de resultados iguais ao INPC (21,4%), seguido pela indústria (9,6%) e serviços (9,2%). Abaixo da inflação, 3,3% dos reajustes ocorreram na indústria, 3,2% nos serviços e 2,1% no comércio.
Este panorama de relativa estabilidade mostra a importância da atuação dos sindicatos nas negociações com os patrões e a necessidade de união dos trabalhadores e do fortalecimento das entidades representativas, para garantirmos salários justos e condições dignas de trabalho. É importante que o trabalhador se mobilize para assegurar a manutenção dos direitos trabalhistas e sociais e, também, no caso da Copasa, combater o projeto de privatização das empresas públicas.