NOVO APAGÃO EXPÕE FRACASSO DA PRIVATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS
17 de outubro de 2024O Sindágua lê a notícia para você:
Tragédia em São Paulo é retrato do descaso e desinteresse de gestão privada com o bem-estar da população.
O terceiro apagão em menos de um ano em São Paulo demonstra de forma categórica que a privatização dos serviços públicos essenciais e estratégicos é um enorme fracasso e verdadeira armadilha para a população. O longo blecaute que atingiu a capital paulista desde a última sexta-feira (11 de outubro), após forte temporal, deixou milhões de pessoas sem luz, penalizando moradores e comerciantes, que registraram enormes perdas devido à falta de energia, e enterrando de vez o mentiroso lema que de o setor privado é mais eficiente do que o público.
A incompetência da Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica na Grande São Paulo, em restabelecer rapidamente o fornecimento de energia elétrica, confirmou, mais uma vez, o fracasso da privatização dos serviços de energia e água no Brasil, processo que não deu certo em lugar nenhum do mundo.
A situação foi tão caótica e trágica que, três dias após o temporal, na segunda-feira (14/10), mais de 537 mil imóveis da capital continuavam no escuro. A normalização do fornecimento foi extremamente lenta e, nesta quarta-feira, ainda havia cerca de 100 mil imóveis sem luz. O apagão transformou a vida dos moradores em grande tormento, com a perda de alimentos, remédios e eletrodomésticos, afetando vários setores, como hospitais, comércio e serviços, que registraram prejuízos bilionários, conforme estimativas preliminares.
O apagão expõe, justamente, a estratégia de desmonte imposta pelas empresas privadas quando se apossam do controle dos serviços públicos, com corte de custos, redução de investimentos e aumento do pagamento de dividendos aos acionistas. E foi exatamente esse malfadado esquema que a privada Enel adotou em São Paulo.
A empresa contava com 27 mil funcionários em 2020, mas reduziu para pouco mais de 15 mil em 2023, comprometendo a qualidade do serviço e a capacidade de resolver os problemas causados por emergências, sobretudo as climáticas.
A tragédia paulista mostra que a incompetente e reincidente Enel é fiel representante de um modelo que prioriza o lucro em detrimento da segurança e do bem-estar da população. Esse é o terceiro episódio do tipo registrado no Estado em menos de um ano, causando uma situação caótica. Em novembro do ano passado, mais de 3 milhões de pessoas, milhares de casas e estabelecimentos ficaram sem energia elétrica e, São Paulo, por falhas da Enel, em um apagão que demorou uma semana para ser normalizado. Em março de 2024, novo blecaute deixou moradores da região central de São Paulo sem luz por mais de 30 horas. E agora, com os temporais da última sexta-feira, mais de 2 milhões de imóveis ficaram sem energia.
Mesmo com a comprovação recorrente do fracasso da privatização dos serviços públicos essenciais, governos estaduais neoliberais, como Romeu Zema em Minas Gerais, não aprendem a lição e seguem com seus obsessivos planos entreguistas, desprezando os interesses da população e passando a gestão dos serviços de energia e água ao controle privado. Foi o que aconteceu com o saneamento no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e mais recentemente em São Paulo, com a venda da Sabesp, em negociata repleta de irregularidades e a preço bem abaixo do mercado, o que representou um prejuízo de mais de R$ 4 bilhões ao Estado.