PROJETO DE MINERAÇÃO AMEAÇA APRESERVAÇÃO DA SERRA DO GANDARELA

PROJETO DE MINERAÇÃO AMEAÇA APRESERVAÇÃO DA SERRA DO GANDARELA

27 de maio de 2024 0 Por Edição Sindagua MG

A empresa Vale avança com um projeto que agravará ainda mais a já maltratada sustentabilidade ambiental, plantando mais uma área gigantesca para exploração de minério de ferro entre Caeté e Santa Bárbara, na Fazenda Maquiné, região muito próxima à Serra da Gandarela.

Como habitualmente faz para viabilizar seus projetos de exploração, a Vale inunda os meios de comunicação com propagandas, em horário nobre, nos intervalos do “Jornal Nacional”, da TV Globo, procurando demonstrar que a atividade fará o tratamento do minério a seco, “sem utilização de água”, e que a produção será transportada pela “Estrada de Ferro Vitória-Minas”, sem a presença dos habituais caminhões que destroem as estradas e põem em risco as principais BRs das regiões onde opera.
Após o licenciamento ambiental, que certamente não terá dificuldade de avançar nas instâncias comprometidas do governo Zema, toda a vegetação e o bioma Mata Atlântica passam a sofrer as severas ameaças, além de impactos sobre nascentes de água, comprometendo seriamente a preservação do ecossistema local e do meios naturais de vida de todas as comunidades que vivem na região. A atividade extrativa resulta em desmatamento, degradação do solo, morte de animais silvestres e de toda a flora, trazendo poluição atmosférica e provocando mudanças de clima.
É mais um projeto de devastação ambiental que se inicia, mesmo diante da tragédia que vitima milhões de pessoas no Rio Grande do Sul, resultado exatamente da negligência das autoridades que afrouxam leis de proteção e permitem a exploração a qualquer custo.
Os poderes governamentais e de fiscalização, entidades ambientais e toda a sociedade devem se mobilizar contra o projeto, para que seja discutido com rigor e responsabilidade social em audiências públicas, ouvindo as comunidades locais, com debates transparentes e apresentação de estudos científicos que apontem os reais impactos da exploração mineral em área onde temos nascentes vitais para o abastecimento de água, criação de áreas de proteção e definição de responsabilidades, estabelecendo “condicionantes ambientes” que permitam a interdição do projeto em caso de descumprimento das normas acordadas e comprometimento da vida das pessoas e do ecossistema.