Governo de Minas dá calote em dívida e anistia fiscal para cabos eleitorais
21 de julho de 2023Romeu Zema saiu da sua condição de comerciante de armarinhos e postos de combustíveis para se transformar no “governador” de Minas Gerais, se aproveitando em sua primeira eleição como alternativa a uma luta encarniçada entre o PT e o PSDB. Enquanto estas duas forças se digladiavam, Zema seguiu o caminho do meio, passando à população a imagem de “bom mocinho” e que iria “consertar estragos” na vida das pessoas provocados pela gestão “politiqueira” no Estado.
Sua meta e compromisso inarredável como comerciante é vender todo o patrimônio do Estado para a iniciativa privada, como fez com seus próprios postos de combustíveis herdados de esforço familiar.
Zema fez de tudo para desmoralizar o Estado, as empresas estatais (como Copasa e Cemig), atacou ex-governos, atribuindo a eles o uso da máquina pública como cabide de empregos, pagamento fatiado de salários de servidores, crescimento de dívida contraída para os cofres públicos, não pagamento de compromissos financeiros.
Nos últimos anos, Minas Gerais tem sido palco de uma guerra intestina para equilibrar suas contas públicas. Zema inunda os meios de comunicação e a indústria de fake news sobre as dificuldades de caixa do Estado. Burlou o pagamento de R$ 16,1 bilhões devido ao Governo Federal, que socorreu financeiramente Minas. Com seu autoritarismo e inabilidade com as demais instâncias de poder (Legislativo e Judiciário), tenta forçar sua salvação de gestor incompetente com adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e Plano de Ajuste Fiscal, como condições de honrar pagamentos de salários de servidores e dívidas do Estado. Bolsonarista de primeira hora e sabotando todos os procedimentos para proteger a população, que morria aos milhares durante o período crônico da pandemia de Covid, Zema encarna hoje a figura mais acabada do mentiroso contumaz. O “governador” contraria até sua base de apoio, que não segue as suas trapalhadas e não acata seu jeito de conseguir as coisas de forma atropelada e sempre no apagar das luzes de prazos necessários para decidir políticas públicas com transparência.
Tudo que usou como “denúncia” de campanha em relação aos últimos governantes Zema agora pratica de forma exponencial. Quer privatizar empresas públicas, que passou a sucatear e utilizá-las como cabide de empregos, burlando o concurso público; aumentou seu próprio salário em 200%, enquanto trava reajustes pela inflação para os servidores; fez gasto de R$ 41 milhões para asfaltar estrada que vai ao sítio de sua família, enquanto deixa o Estado esburacado; e anistia locadoras de veículos de dívidas com IPVA, beneficiado a Localiza, de Salim Mattar, um dos principais doadores de sua campanha eleitoral, “perdoando” um passivo de cerca R$ 460 milhões.
O estilo do governo é reconhecido pela fraude e manipulação de informações e bondades sem o menor escrúpulo para os amigos.