Ações da Copasa desabam em perdas históricas

Ações da Copasa desabam em perdas históricas

9 de agosto de 2023 Off Por Edição Sindagua MG

O valor das ações da Copasa continua desabando na Bolsa desde que a empresa apresentou seu resultado financeiro do segundo trimestre/2023, contabilizando uma queda significativa em relação ao que o mercado previa no lucro líquido da empresa. O mercado financeiro apostava em R$ 300 milhões no lucro líquido e os resultados ficaram represados em R$ 249 milhões.
A queda nas ações reflete a falta de confiança na política financeira da empresa, que, mesmo tendo apresentando um aumento de 3% no volume faturado de água e 2,8% no esgoto, com aumento de tarifa de 15,7%, entregou um lucro líquido de cerca de 24% abaixo da expectativa de mercado. Desde 3 de julho, as ações já caíram 16,7% até 9 de agosto. Apenas nos primeiros nove dias de agosto as ações desabaram 12,13%.
Colabora ainda para o desastre, a falta de confiança nas pregações do governo Zema, que pressiona para mudanças na Constituição de Minas, eliminando a exigência de consulta plebiscitária para privatizar a Copasa e Cemig, além de considerações negativas sobre o apoio necessário de 3/5 dos deputados estaduais (47 de 77) para aprovação de PEC que facilite o processo privatista.
Analistas políticos avaliam que Zema não conseguirá o apoio dos parlamentares a uma mudança polêmica, que pode trazer sérias consequências na qualidade e preço dos serviços de saneamento no Estado.
Também pesou negativamente para melhores resultados financeiros da empresa a expectativa plantada pela direção da Copasa de conseguir adesão de 12% de trabalhadores ao PDVI (cerca de 1500 trabalhadores), tendo alcançado o desligamento progressivo de 736 operários.
Os resultados longe do esperado são consequência do desmonte estrutural da Copasa, que vem sendo sucateada para facilitar a privatização, trazendo sérias dificuldades para a população, que se revolta com a precarização dos serviços nas agências de atendimento, contas com valores estratosféricos desde a terceirização de leituristas.
Além do endividamento com o lançamento de R$ 900 milhões em debêntures a empresa demonstra incapacidade de apresentar o que o governador Zema promete para acalmar o mercado, sempre surpreendido por resultados negativos.