Combate às Privatizações com Atos em Defesa do Saneamento Público

Combate às Privatizações com Atos em Defesa do Saneamento Público

4 de abril de 2023 0 Por Edição Sindagua MG

O SINDÁGUA promoveu uma série de ações para marcar o Dia Mundial da Água, reafirmando a defesa do saneamento básico como responsabilidade do Estado e a luta contra as privatizações, sobretudo dos serviços de água e esgoto. A visita à Estação de Tratamento de Água Rio das Velhas/Bela Fama, em Nova Lima, nesta sexta-feira (24 de março) fechou a programação, que teve como principal destaque o ato público realizado na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, na quinta feira, 22 de março, Dia Mundial da Água, quando os manifestantes pediram a retirada da Saneouro, concessionária privada do município, e a remunicipalização dos serviços.

Na quinta-feira, diretores do SINDÁGUA visitaram a nascente do Rio das Velhas, no Parque Natural Municipal das Andorinhas. O presidente do Sindicato, Eduardo Pereira, ressaltou a importância da preservação da nascente, lembrando que o Rio das Velhas é o principal ponto de captação de água para o abastecimento de Belo Horizonte e da Região Metropolitana da capital.

A visita foi ao Parque Estadual do Itacolomi, também na cidade histórica, privatizado pelo governo Zema e entregue a empresa paulista, que começa a operar a unidade de conservação dentro de um ano, com evidente prejuízo aos frequentadores do parque, quando os efeitos danosos da privatização deverão ser sentidos, principalmente pela população de Ouro Preto e de Mariana, contrários à concessão. De acordo com previsões, o valor cobrado para frequentar o local, que atualmente é de R$ 20,00, deverá subir para R$ 70,00, quando a empresa privada tomar conta do Itacolomi.

A manifestação na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, no Dia Mundial da Água, apontou que a atuação da Saneouro é um retrato dos danos que a entrega do saneamento à iniciativa privada pode causar à população e aos recursos hídricos. As principais reclamações dos moradores são de cobranças de tarifas e multas abusivas pela empresa privada, falta constante de abastecimento, má qualidade da água e cortes no fornecimento de parcela expressiva dos usuários devido ao não pagamento das contas.

Eduardo Pereira, presidente do SINDÁGUA e secretário de Meio Ambiente da CUT-MG, alertou que a situação vivida pela população de Ouro Preto, patrimônio histórico mundial, serve de exemplo para Minas Gerais e o Brasil sobre os malefícios da privatização. “Ouro Preto, como cidade histórica, não cobrava pela água. E hoje, o que vemos aqui, é um reflexo da privatização. Estamos em uma disputa, mas não uma disputa política e ideológica. Temos uma disputa com o governo Zema, que quer privatizar as estatais de Minas, como a Cemig e a Copasa. E os mineiros podem tomar Ouro Preto como exemplo”, ressaltou.

Segundo Eduardo, há uma grande discrepância entre os preços da água pública e da água privada e o descaso que está ocorrendo em Ouro Preto tem que ser revertido, para que não ocorra em outras cidades. “Saneamento é algo que não se privatiza. Não se privatiza o que é essencial em nossa vida. A população está sofrendo as consequências da privatização. É fora Saneouro. Ouro Preto vai ser um exemplo de luta. Temos que reverter essa situação”, disse o dirigente.