Serviço de terceira prejudica a população receber contas da Copasa
19 de junho de 2023Altas faturas, sumiço de contas, serviço irregular: a empresa foi interrogada na Câmara de Vereadores de BH
O avanço da tecnologia é irreversível, mas antes de ser colocada em prática precisa apresentar rigorosamente os resultados esperados para quem vai receber a prestação de serviço com a qualidade necessária.
Não é isso que vem acontecendo na Copasa, que há muitos anos vem sendo vítima de sua gestão, deliberadamente no caminho do sucateamento de suas estruturas, em um processo escandaloso de terceirização.
O mês de maio foi farto de escândalos na imprensa, atribuindo à Copasa uma qualidade deplorável de serviços que são prestados por empresas terceirizadas e quarteirizadas. Apesar da lambança dessas prestadoras de serviços, a Copasa é que foi intimada a dar explicações em audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, diante de uma confusão generalizada nas contas entregues aos consumidores, com faturas exorbitantes, não recebimento de contas e extrema dificuldade no contato com a empresa para solucionar os problemas. As terceirizadas erram, fazem a lambança e a Copasa é que fica com a fama, bem ao gosto do governador Zema, que sonha em privatizar a empresa, como também a Cemig. Em jornal da capital, advogado diz ter recebido conta de R$ 22 mil e acionado o Ministério Público contra a Copasa. A gritaria na audiência pública foi generalizada e prepostos da Copasa presentes informaram que foram contratados 310 leituristas terceirizados em dezembro passado e, ainda, que o “sistema era antigo e fizemos a migração para um novo, tecnológico”.
Foi dito ainda que na Região Metropolitana são realizadas 1,6 milhão de leituras, cerca de 720 mil em Belo Horizonte, e que “é comum que ocorra uma margem de erro, baixa, de 0,7%”.
Mas há de se perguntar se centenas de leituristas contratados por empresas terceirizadas, que exploram mão de obra, serão substituídos permanentemente em função de baixos salários, sem os benefícios do acordo coletivo de trabalho do SINDAGUA. Como gostam os patrões, o “turnover” será constante, exigindo sempre novos treinamentos, reincidindo nos erros e no desespero da população com o serviço precário. A bagunça foi implantada antes da tecnologia infalível.