DESTRUIÇÃO DA IMAGEM DA COPASA PARA VENDER BARATO

O Sindágua lê a notícia para você:

“CEO da empresa” afirma o projeto de se livrar das amarras do Estado
e defende a privatização em entrevista à revista “Isto É Dinheiro”

Os leitores da revista “Isto É Dinheiro”, na primeira semana do ano novo, podem ter sido levados a imaginar que a Copasa tinha um modelo de gestão e operacional digno de uma empresa da Idade Média antes de chegar a “palácio” o governo entreguista de Romeu Zema, com sua política de vender o patrimônio estatal de Minas.


Em um estilo de entrevista típica de “matéria paga”, o presidente da Copasa, modernamente chamado de “CEO”, desqualifica profundamente o modus operandi da empresa que adquiriu historicamente o reconhecimento de companhia modelo de saneamento.


As determinações das Constituições Federal e de Minas de concursos públicos para preencher vagas de empregos, com a adulteração do PCCS da Copasa que colocou uma trava em contratações de pessoal por indicações políticas, foram jogadas no lixo desde que Romeu Zema assumiu o governo de Minas. O próprio presidente da empresa faz a confissão das contratações irregulares:


“A gente não se restringe à alta administração, mas também à média. Nós temos superintendentes que já foram trazidos de empresas privadas, de mercado, justamente para trazer esta nova forma de pensar pra dentro da Copasa.”


Justifica a volta do “paraquedismo” em contratações externas com a afirmação de que “temos empregados muito bons, mas que estão ainda, de certa forma, amarrados à forma de fazer, de uma cultura organizacional do passado, e a gente, trazendo esta mescla de gente nova com quem tem a capacidade técnica do passado, temos conseguido melhorar a performance da companhia”.
Com esta prática, que contraria o concurso público, e desvirtuando o PCCS, a direção da Copasa gasta mensalmente, em média, cerca de R$ 1 milhão 383 mil (dados do próprio portal de transparência) em contratações de recrutamento amplo, ressuscitando o apadrinhamento para ocupar cargos, começando pelo próprio presidente, passando pela diretoria, superintendentes e chegando até os gerentes, com salários altíssimos, sacrificando trabalhadores operacionais e sucateando a estrutura da empresa.


Para este intento, o presidente faz outra confissão absurda: após “parecer do Superior Tribunal Federal, admitindo que estatais possam demitir sem justa causa, desde que motivados… e este foi o caminho que percorremos até então”. Afirma que “semanas após a decisão do STF, nós regulamentamos esta norma de demissão sem justa causa desde que motivados dentro da companhia e de lá pra cá estamos promovendo estas demissões…
Faz questão de detonar o profissionalismo dos trabalhadores da Copasa, afirmando o “desligamento daqueles empregados que não são produtivos, que não contribuem para a melhoria da prestação de serviços da companhia, aqueles empregados que geram incentivos negativos no seu contexto de trabalho, aqueles que desmotivam outros empregados no seu entorno justamente porque não produzem, e os que querem produzir se veem desmotivados”.


As informações que mais chocam refletem o modelo de gestão dentro da empresa, nas palavras do “CEO”: “Hoje, temos uma ferramenta de gestão muito interessante dentro da companhia, de gestão de mão de obra, que é a demissão, muito semelhante a uma empresa privada. Hoje, a gente roda uma folha de pessoal muito semelhante. Na hipótese de privatização, a depender de autorização legislativa, a gente possa falar de um novo PDV.
A expectativa dos atuais gestores da empresa, seguindo o lema do governo Zema, é a demissão em massa. O “CEO” afirma que “implementamos uma companhia 100% profissional… nesse sentido, a gente se assemelha muito a uma empresa privada, já roda como uma empresa privada, mas com a dificuldade da amarra das estatais, que nos torna lentos.”

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