PESQUISA DO DIEESE MOSTRA O AUMENTO DE CUSTO DA CESTA BÁSICA
9 de outubro de 2024O Sindágua lê a notícia para você:
Os trabalhadores que ganham salário mínimo ou pisos salariais próximos dele vivem uma grande penúria para alimentar sua família, diante de preços em elevação da cesta básica. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em setembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.657,55, ou seja, 4,71 vezes o valor do salário mínimo, hoje de R$ 1.412,00.
Além de um valor ainda muito baixo para cobrir custos essenciais, o salário mínimo é um balizador importante sobre as movimentações de preços na economia. Os baixos salários estão sendo muito pressionados pela evolução de preços dos alimentos.
Segundo levantamento do Dieese divulgado no último dia 4, entre 17 capitais pesquisadas, o custo da cesta básica aumentou em 10 cidades. A variação mais alta, de 7,85%, aconteceu na cidade de São Paulo, acompanhada por Goiânia (6,65%), Campo Grande (5,76%) e Rio de Janeiro (5,19%).
Um trabalhador de salário mínimo (R$ 1.412,00) consumiu 102 horas e 14 minutos para adquirir os bens básicos necessários. O Dieese destaca que “quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em setembro deste ano, 50,24% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em agosto, 50,13%. Em setembro de 2023, o percentual ficou em 53,09%”.
Para se ter ideia na comparação de alguns produtos, comer batatas em Belo Horizonte enfrenta uma evolução de preços de 93,80%, só perdendo para Brasília, onde saltou 103,27% em 12 meses. O preço do café foi um dos grandes vilões do levantamento. Em Belo Horizonte, 1 quilo de café variou 53,91%, seguido por Aracaju (48,54%), com uma média variando de 2,27%, em Fortaleza, a 12,48%, em Campo Grande. A capital mineira também ficou na dianteira na evolução do preço do óleo de soja, com alta de 19,50% em um ano.
A elevação absurda de preços de itens importantes da cesta básica pode ter ainda mais impacto com a expectativa preocupante da “bandeira vermelha”, diante do período de seca e calor intenso, que fará subir o custo da energia elétrica, impactando toda a economia.
Neste contexto, esperamos que a direção da Copasa reveja seu posicionamento que obrigou o Sindicato a recorrer à Justiça, em ação contra o corte dos cartões VA/VR para horas extras, levando em consideração que, para não trabalhar com fome, iremos consumir recurso alto do nosso próprio salário.
Da mesma forma, esperamos que os valores dos cartões sigam a evolução real de preços, de forma que não comprometa o padrão de sustentabilidade alimentar das famílias.
O acordo na última negociação (ACT) foi no sentido de aceitar os 100 reais em substituição ao lanche padrão e, não à supressão VA/VR decorrentes das horas extras dos plantões sob convocação. Portanto, seria bem justo a devolução dos valores não creditados inerentes aos respectivos plantões.