Lula toma posse e recebe a faixa das mãos do povo brasileiro e defende a democracia

Lula toma posse e recebe a faixa das mãos do povo brasileiro e defende a democracia

1 de janeiro de 2023 0 Por Edição Sindagua MG

Com a posse neste 1º de janeiro/2023 de Luiz Inácio LULA da Silva na presidência do Brasil, a sociedade e os trabalhadores brasileiros afastam o período trágico em que direitos trabalhistas, previdenciários e sociais alcançados na Constituição de 1988 vinham sendo desmanchados pelo governo golpista e de direita, que se instalou no País nos últimos seis anos.

A tragédia vivida com a presidência nas mãos de expoente do baixo clero no Congresso Nacional não pode ser explicada apenas pelas dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19, mas principalmente pela incapacidade, omissão e criminosa irresponsabilidade do não enfrentamento da doença, aliadas com políticas de contaminar o tecido social com política armamentista, de insuflar a violência popular e de milícias até no campo digital.

Lula tomou posse para seu terceiro mandato na presidência da República, após seis anos de governo de direita e quatro do extremismo que chegou às raias de práticas fascistas. Já empossado, Lula afirmou que a “democracia foi a grande vencedora e que reassume o comando do País diante de “ruínas” e destacou “a “segurança pública atuará para promover a paz onde é mais urgente, nas comunidades pobres, famílias vulneráveis, [locais de] crime organizado, milícias, violência venha ela de onde vier. Estamos revogando o criminoso acesso a armas e munições que tanta insegurança e mal causaram”. O presidente afirmou o combate à “campanha de mentiras e ódio tomadas para manipular e constranger”. Destacou que “é hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras. Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz. A disputa eleitoral acabou”.

O presidente empossado fez críticas duras à condição deixada no País após quatro anos do governo que se encerrou:

“Infelizmente, hoje, 20 anos depois voltamos a um passado que julgávamos enterrado. Muito do que fizemos foi desfeito de forma irresponsável e criminosa. A desigualdade e a extrema pobreza voltaram a crescer. A fome está de volta, e não por força do destino, não por obra da natureza nem por vontade divina, a fome. A volta da fome é um crime, o mais grave de todos cometido contra o povo brasileiro. A fome é filha da desigualdade, que é a mãe dos grandes males que atrasa o desenvolvimento do Brasil. A desigualdade apequena nosso país de dimensões continentais ao dividi-lo em partes que não se reconhece. De um lado uma pequena parcela da população que tudo tem, do outro lado uma multidão a quem tudo falta e uma classe média que vem empobrecendo ano a ano pelas injustiças do governo. Juntos somos fortes, divididos seremos sempre o país do futuro que nunca chega e que vivem em dívida permanente com o seu povo. Se queremos construir hoje o nosso futuro, se queremos viver num país plenamente desenvolvido para todos e todas, não pode haver lugar para tanta desigualdade. O Brasil é grande, mas a real grandeza de um país reside na felicidade de seu povo, e ninguém é feliz de fato em meio a tanta desigualdade”

Ainda em seu discurso, Lula afirmou: “Em meus quatro anos de mandato vamos trabalhar todos os dias para o Brasil vencer o atraso de mais de 350 anos de escravidão para recuperar o tempo e as oportunidades perdidas nesses últimos anos, para reconquistar seu lugar de destaque no mundo e para que cada brasileiro e cada brasileira tenha o direito de voltar a sonhar e as oportunidades para realizar aquilo que sonha. Precisamos todos juntos reconstruir e transformar o nosso querido país. Mas só reconstruiremos e transformaremos de fato esse país se lutarmos com todas as forças contra tudo aquilo que o torna tão desigual”.

Durante o seu discurso, no momento que afirmou que revogaria vários atos do ex-presidente Bolsonaro, o público presente reagiu à sua fala com gritos de “sem anistia”, sobretudo nos sigilos de 100 anos impostos pelo antecessor.