PEC DO CALA BOCA E ADESÃO AO RRF SÃO AFRONTAS AO POVO MINEIRO
6 de novembro de 2023Paralisação nesta terça-feira fortalece resistência ao projeto
privatista e de desmonte do Estado articulado pelo governo Zema
A aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de parecer favorável à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, no dia 31 de outubro, reafirma a necessidade de união da classe trabalhadora contra o projeto privatista e de desmonte do Estado articulado pelo governo Zema, que inclui a PEC do Cala a Boca, para facilitar a venda das empresas públicas, como Copasa e Cemig.
Audiências públicas realizadas em várias cidades do Estado e campanhas nas redes sociais, com participação ativa do SINDÁGUA, prepararam terreno para a greve geral desta terça-feira (7 de novembro), que reunirá diversas categorias de trabalhadores em protesto contra as propostas autoritárias e antidemocráticas do governador.
O objetivo dessa mobilização é mostrar à sociedade os danos que os planos de Zema, em tramitação na Assembleia Legislativa, vão acarretar para a população. Com a PEC do referendo, o governador quer calar o povo mineiro, com a exclusão da Constituição do Estado da exigência de consulta popular para decidir sobre a privatização das empresas públicas. O governador vai além: quer reduzir também o quórum na Assembleia, passando de 48 para 39 o número de votos necessários para aprovação da venda das estatais.
A proposta de adesão ao RRF é outro retrocesso. Entre as medidas previstas, está o congelamento, por no mínimo nove anos, dos salários de servidores e de investimentos na prestação de serviços públicos, como saúde e educação. O projeto, apesar da forte resistência, já conta com aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, mas ainda vai passar pelas comissões de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, antes de ir à votação no Plenário.
O texto aprovado pela CCJ acrescenta a vinculação de receitas da venda de estatais e empresas públicas ao pagamento da dívida do Estado.
O presidente do SINDÁGUA, Eduardo Pereira, reafirma que a mobilização dos trabalhadores é fundamental para conscientizar a população e barrar os planos privatistas de Zema. Segundo ele, a PEC do Cala a Boca e o plano de Recuperação Fiscal apresentado pelo governador são uma afronta aos mineiros.
“Zema quer calar a população para atingir seus objetivos autoritários e antidemocráticos”, ressalta Eduardo Pereira. “Assim como as eleições, os referendos e plebiscitos são mecanismos de participação popular e devem ser respeitados e preservados, pois permitem à população se manifestar sobre propostas e decisões do governo. Copasa e Cemig são patrimônios do povo mineiro e não podem ser privatizadas. A população precisa ter voz ativa na decisão sobre o futuro das empresas públicas, como determina a Constituição Estadual.”
Romeu Zema está acabando com a COPASA, articulou a estratégia de dividir para conquistar, com evidente apoio de empregados de dentro da COPASA, provocando caos dentro da empresa, terceirizando os setores, com empreiteiras recebendo valores absurdos com mão de obra barata, desqualificada, prestando serviços de péssima qualidade para a população, com intuito de que a própria população se volte contra a COPASA.